O SER DA ESSÊNCIA E O SER DO RESULTADO
Sem fazer não conseguimos existir como resultado do que fazemos. Então, fazer vem antes de acontecer o ser do resultado, pois é preciso fazer primeiro para depois podermos ter o resultado de ser. Mas, o ser da essência (o ser origem, raiz) é esse o que devemos buscar estudar e entender para chegarmos ao ser do resultado.
O ser da essência nasce com as suas capacidades e dons de naturezas pessoais, que vão sendo modelados com tons de aprimoramento conforme a vivência das próprias experiências.
Não podemos, então, inverter a ordem, e precisamos antes ter o reconhecimento de quem somos para que possamos após essa etapa obtermos a concretização do que desejamos ser, visto que se faz necessário buscar compreender primeiro as nossas capacidades e potenciais das origens das nossas raízes de essências, para que possamos ter o possível resultado do produto delas.
A nossa natureza manifestada nas atitudes é que determina o que seremos, e para tanto, precisamos ter conhecimento de quem somos por essência existencial, e com esse recurso de sabedoria adquirida, termos a melhor condição de lidarmos conosco para resultarmos no ser desejado.
Sem esse recurso do auto entendimento e da compreensão de lidar e agir com a própria natureza se torna difícil ter e ser o sonhado idealizado. O ser do resultado vem do movimento do ser da essência. O cômputo da leitura do que se compreende ser no real da própria verdade faz proporcionar as realizações positivas, e o da leitura não compreendida da essência original faz desviar das naturais composições existenciais, e, nessa condição, em razão da falta do auto entendimento (por resistência ou medo do encontro da própria imagem no espelho), se apresentará a possibilidade da consequência de se viver com o uso constante de uma máscara, em dimensão ilusória.
É fácil compreender isso quando temos a percepção real que entre o ser da essência e o ser do resultado está o autoconhecimento para o auto entendimento, porquanto, são esses os elementos que determinam as atitudes que fazem gerar os resultados provenientes do encaixe combinado deles. E, isso, é o culto de Ifa em sua pureza revelatória.
Assim sendo, podemos concluir que o ser do resultado pode ser positivo ou negativo, visto que a moeda sempre tem dois lados de mesmo valor, e essa balança está no ser da essência conforme a polarização dos próprios entendimentos. Por isso, devemos buscar revelar, estudar e entender com profundidade a essência do que somos, perceber as raízes e as causas para que possamos ser o melhor dentro do que as nossas capacidades nos proporcionem ser.
Essa é a real intenção do estudo e prática da Ancestralidade da nossa casa, que pode ser individual (pessoal de essência existencial) e coletiva (cultural da reprodução familiar e da sociedade). E, Ifa, é o recurso maior para essa compreensão. Sempre seremos o que somos por natureza de essência, mas nem sempre poderemos ser o que desejamos por resultado sem a compreensão do que efetivamente somos. Sigamos estudando, aprofundando, entendendo e praticando sobre os nossos propósitos que se baseiam no auto aperfeiçoamento.
Iboru Iboya
