UMA PEDRA NO CAMINHO

2 de janeiro de 2025 Ifayoju

Minha vida flui. Que maravilha!
Meu caminho está bem do jeito que desejo, transito por ele com conforto e satisfação.
Mas, ora! O que é isso?
Algo está acontecendo!
O que é iisssoo? Estou vendo uma pedra lá na frente do meu caminho.
Vai me travar, e logo agora que tudo está ocorrendo do meu jeitinho desejado!
Não, não pode ser, não pode! Oh…Deus, orixás, ancestrais, guias espirituais, akasha, prana, gases astrais…isso não pode acontecer!
Não, não, não uma pedra no meu caminho! E olha o tamanho dela! Tira, tirem ela dali, por favor, pelo amor de tudo, tirem ela do meu caminho.
Não me ouvem, não me escutam??!!
Por favor, removam essa pedra, ela é muito grande e pesada, tirem ela daí, tirem pra mim.
Ninguém me ouve? Mundo de ingratidão!
Logo eu que sou tão certinho, tão bonzinho, tão resiliente…encontrar uma pedra no caminho que me trava e impede seguir com os meus desejos.
Oh, vida, que infelicidade! Que injustiça! Sou um exemplo de bondade e não mereço isso.
O que fazer, como fazer e quando e quanto fazer?
Perdido, sem respostas, sem direção, pois a pedra travou a minha trajetória bem na encruzilhada das opções dos caminhos. E logo agora que estava com novos planos para seguir um caminho mais ambicioso, sair da zona de conforto do caminho conquistado e buscando novos rumos de realizações.
Pedra maldita! E nem uma banana de dinamite eu tenho para explodir essa praga. E quantas dela eu já usei na minha trajetória e detonei relações. Agora que preciso de uma para ser realmente útil, eu não tenho mais.
Pensar…pensar…pensar no que fazer. Estou sozinho. Então, refletir como sair dessa situação sem aplicar a exasperação, sem desespero, usar a paz e equilíbrio na atual condição. Creio que as ferramentas de solução neste momento e circunstância são essas, e não a banana de dinamite.
Hum…pensando assim estou conseguindo perceber e sentir as energias que implorei. Estou sentindo Deus, sentindo os orixás, sentindo os guias espirituais, eles estão aqui, consigo, agora, com o a paz e o equilíbrio, me sintonizar com eles.
Não estou sozinho. Agora, consigo ver e ouvir, porra!
Era só não me desesperar e não fechar os olhos e ouvidos para eles, parar de exigir deles o que não consigo fazer por mim mesmo, colocar os pensamentos em ajuste e encontrar a solução.
O quê? Falem mais alto. Não estou ouvindo direito.
Ah…agora ouvi! Não é para dinamitar a pedra, é para fazer um esforço, pisar e subir nela.
Entendi bem agora. Ela é um degrau. Um degrau da superação.
O quê? Falem mais alto.
Ah…quando eu pisar subindo na pedra vai existir um caminho no mesmo nível de plano do outro lado dela, acima daquele que eu estava transitando, pois, essa pedra é a aplicação do esforço para o início da elevação de novas conquistas e trilhar novas formas superiores existenciais.
Continuem, sim, continuem falando, agora estou ouvindo bem.
Vai lá, o nome da pedra é “Desafio de Vida”, o apelido é “Superação” e os filhos dela (produto/resultado) “Crescimento e Evolução”.
Que bom vou subir nessa pedra de imediato me agarrando com unhas e dentes nela até o topo, posso me desgastar e ferir, mas vou conseguir seguir e percorrer um caminho mais alto.
Então, não é uma pedra, e sim, um degrau para um outro nível, e esforços precisam ser feitos para essa subida de nível!!
Mas, por que não falaram isso antes?
Ah…sim..sim…me desculpo, estavam berrando tudo isso nos meus ouvidos, mas os meus ruídos internos, o meu desespero e falas interiores fortes foram maiores e não me deixaram ouvi¬-los.
Tudo bem, mas poderia ser mais fácil, né?
Sim, me desculpo novamente, não é pela facilidade, é preciso me aplicar com esforço e denodo para obter a superação e crescimento, e que todos vocês sempre estão comigo me orientando, apoiando e criando condições, basta desobstruir a audição dinamitando os barulhos internos (esse é o melhor uso da dinamite), porquanto a realidade da concretização dos resultados está na capacitação da construção com as minhas próprias mãos e consciência.
Obrigado por me abrirem a visão, coração e mente.
Agora, peço licença, pois tenho que subir e pisar no alto de uma pedra.